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sábado, 26 de abril de 2008

Vício em internet pode ser comparado a dependência química

As redes sociais virtuais tornaram-se uma febre na última década. Os sites de relacionamento, as comunidades virtuais, os chats e second life podem aumentar o risco de problemas relacionados à saúde física e mental. A febre é tão grande que no Brasil o site de relacionamento Orkut contava 24.359.314 usuários em 2006, dos quais 64,43% eram brasileiros. Os dados estão em artigo de Ivelise Fortim publicado no livro Psicologia e Informática, do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, em 2006.

Em alguns casos as redes sociais virtuais podem deixar de ser apenas um passatempo para as horas vagas e podem se tornar uma doença patológica. Só em São Paulo há dois centros de tratamento para esse tipo de dependência, o Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes, da Universidade Federal de São Paulo e a Clínica do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da Pontifícia Universidade de São Paulo.

Segundo a psicóloga Roze Cléia de Melo Amorim, o que determina o vício é a qualidade do uso da internet. Ou seja, usos associados a trabalhos e pesquisas neste mecanismo não são considerados como vícios, mesmo que alguns profissionais dediquem tempo excessivo diante do computador. O que tipifica o indivíduo considerado dependente da internet é a interferência deste mundo virtual em sua vida social. Ele passa a dedicar praticamente todo o seu tempo ao computador e fica solitário, agitado, tenso e deprimido, se isola da família e dos amigos. O dependente cria um universo paralelo, podendo até deixar de se relacionar com as pessoas ao seu redor.

O tratamento para este tipo de distúrbio pode ser feito com autodisciplina, terapia psicológica, mas pode incluir a administração de calmantes e antidepressivos, sob orientação médica adequada. O tratamento só passa a ter resultados positivos a partir do momento em que o indivíduo reconhece e aceita a dependência.

Tielli Lopes

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